Tocha olímpica é apagada durante protestos em Paris

A passagem da tocha olímpica segue sob uma série de protestos, desta vez em Paris. Depois de toda a polêmica em Londres, a capital francesa amanheceu com um forte esquema de segurança para evitar manifestações pelos Direitos Humanos. O esquema, porém, não adiantou muito, obrigando a organização a interromper a travessia pelas ruas de Paris e levar a chama olímpica para dentro de um ônibus. Quatro pessoas foram presas pela polícia francesa e, segundo a imprensa européia, a chama teria se apagado pelo menos em três oportunidades.

Agência
A tocha é levada apagada para um ônibus, momentos após ter iniciado seu trajeto pela capital francesa

A polêmica, porém, está em torno do motivo pelo qual a tocha se apagou. De acordo com a emissora inglesa "BBC", as autoridades teriam apagado a tocha por motivos de segurança. Já o diário francês "Le Monde" diz que a chama se apagou por um problema técnico, tendo sido acesa minutos depois. Esta foi a primeira vez na história que protestos causaram o apagamento da tocha olímpica. Até então, a chama havia se apagado em duas oportunidades: durante os Jogos de Montreal, em 1976, e na volta ao mundo antes das Olimpíadas de Atenas, em 2004, ambas devido a fenômenos naturais. Em entrevista à rádio "France Info", o ex-ministro dos esportes da França, Jean-François Lamour, minimiza os incidentes e lembra que a chama olímpica continua acesa em uma lanterna.

- A tocha foi apagada, mas a chama ainda está lá.

Esta foi a segunda vez que a tocha foi levada ao ônibus nesta passagem por Paris. Após o início do percurso, às 12h30m (horário local), no primeiro estágio da Torre Eiffel, a tocha percorreu em uma hora apenas dois dos 28km previstos em quatro horas. Três manifestantes foram presos ao escalar a torre pela face norte e colocar uma faixa preta de quatro metros de extensão com algemas simulando os anéis olímpicos. Vice-presidente do Conselho Regional da Ilha da França, Mireille Ferri teria sido presa no Champ-de-Mars com um extintor de incêndio para tentar apagar o símbolo olímpico.

Em Paris, o primeiro dos 80 carregadores a conduzir a tocha pelas ruas foi a ex-atleta Stéphane Diagana, que trazia um broche com a frase "por um mundo melhor". Enquanto passava, três ativistas foram presos ao tentarem atacar a chama, e dois militantes da organização "Repórter Sem Fronteiras" tentaram passar pelo cordão de segurança feito pela polícia, enquanto centenas de manifestantes gritavam "Liberdade para a China e o Tibete", agitando bandeiras pretas com algemas no lugar dos símbolos olímpicos. O prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, mandou colocar na frente da prefeitura um cartaz com os dizeres "Paris, a cidade dos Direitos Humanos".

Mais de três mil policiais estão fazendo a segurança da tocha por Paris. De acordo com o esquema de segurança montado pelos franceses, os carregadores da tocha correm cercados por centenas de policiais e bombeiros, alguns em carros e motos, outros em patins e a pé. Para diminuir o atraso, parte do trajeto da tocha por Paris está sendo feito por ônibus, principalmente nas áreas com a maior aglomeração de manifestantes.

  • Polêmica em Londres

A chama olímpica chegou a Paris à meia-noite desta segunda-feira, após ter sofrido em Londres uma série de protestos. Trinta pessoas foram detida na capital inglesa, segundo a Scotland Yard, por diversos delitos relacionados à ordem pública.Vários incidentes relacionados a protestos ocorreram ao longo do percurso, o que aumentou a tensão nas ruas. Um manifestante chegou a tomar a tocha das mãos de uma das participantes do revezamento, a apresentadora de televisão Konnie Huq, mas foi logo contido pela polícia. Em outro ponto do trajeto, uma pessoa acionou um extintor de incêndio, assustando os que acompanhavam a passagem da chama.


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