Olga Kurylenko. Uma Bond girl de calibre

A julgar pela estonteante beleza, a ucraniana Olga Kurylenko não terá grandes dificuldades em se sair bem na dupla missão de que está encarregada em Quantum of Solace, a 22ª aventura de James Bond prevista para estrear no Brasil dia 7 de novembro. No papel da nova Bond girl, Camille, ela se junta a 007 - interpretado novamente por Daniel Craig, de Cassino Royale - com objetivo de vingança, em uma seqüência do episódio anterior, o que acontece pela primeira vez na história série. Especula-se que a verdadeira tarefa de Camille na fita seja fazer o agente esquecer a paixão por Vesper (Eva Green), a Bond-beldade que acaba morta no filme anterior. Mas a ex-modelo de 28 anos despista. “O atual Bond não é mais um mulherengo que seduz e é seduzido todo o tempo”, diz Olga. “Da mesma forma, as Bond girls na tela.” Pelo sim e pelo não, Olga não contou apenas com os dotes físicos que lembram uma mistura dos rostos de Sophie Marceau e Isabelle Adjani. Depois de Hitman - Assassino 47, filme exibido no Brasil em que se mostrou bem à vontade em cenas quentes, e do papel de vampira num dos episódios de Paris, Te Amo, ela treinou pesado para combater o vilão Dominic Greene (Mathieu Amalric) no novo 007. Aprendeu a manejar armas e a saltar de grandes alturas, como contou na entrevista que concedeu a ÉPOCA no deserto de Atacama, no Chile, onde foram filmadas algumas tomadas da produção.

ÉPOCAAntes de Cassino Royale, o destino de toda Bond girl era seduzir 007 e deixar ser seduzida. Acha que Camille, a sua personagem, vai abusar dos dotes físicos para conquistar o agente e fazê-lo esquecer a paixão por Vesper?
Olga Kurylenko
- A série de James Bond está numa nova fase, os produtores quiseram essa mudança, foi natural até. O personagem mudou também, não é mais aquele sedutor inveterado, mulherengo, que seduz e é seduzido. Da mesma forma, as Bond girls também mudaram e hoje têm um papel de destaque maior na trama, inclusive com mais cenas de ação. Não necessariamente precisa haver uma relação de paixão ou uma tensão erótica entre eles.

ÉPOCA - Mas numa cena que acabamos de ver aqui, Bond está atirando com uma arma para proteger você de um ataque dos inimigos. É uma bela prova de interesse por Camille, não?
Olga
- Nessa altura da história os dois já são parceiros, um ajuda o outro a conseguir a vingança desejada. O que posso dizer é que os dois estarão juntos enquanto interessar a eles.

ÉPOCA - É uma responsabilidade e tanto ser Bond girl e o papel já foi vivido por atrizes famosas ou transformou outras em celebridades. Você se inspirou em alguma em especial?
Olga
- Não, e nem poderia porque eu não assistia a filmes de James Bond na Ucrânia. Não tínhamos acesso a eles. Por essa falta de costume, mesmo quando eu trabalhava como modelo em grandes capitais, não sentia o grande interesse que as pessoas tinham pela série. Depois que fui selecionada para o papel, recebi dos produtores uma caixa com DVDs dos filmes e aí pude conhecer a série e entender a razão dos fãs serem tão fascinados. Mas acho que nesse momento eu já tinha uma Bond girl na minha cabeça que talvez não tenha a ver com as do passado. Quero que a personagem mostre essa diferença.

ÉPOCA - Além da beleza, quais são os atributos que uma Bond girl tem que ter?
Olga
- Acho que a beleza nessa nova fase da série deixou de estar em primeiro plano. A personagem agora tem uma razão maior para estar na trama, que no caso de Camille é uma vingança. Também não são mais mulheres que usam apenas a sedução para se aproximar de seu alvo. Elas têm personalidade, mostram inteligência e sensibilidade. Não são mais mulheres frias, ao mesmo tempo que têm bom preparo físico e alguns recursos extras para enfrentar os inimigos.

ÉPOCA - E você já tinha tudo isso quando participou da seleção, inclusive a língua espanhola que Camille por vezes fala no filme?
Olga
- Oh não, claro que não! A seleção em Paris foi a primeira prova para mim e quase desisti na hora. Embora as concorrentes não se encontrassem, eu sabia que havia ótimas e conhecidas atrizes ali. Não vou falar quais por delicadeza. Eu já tinha pensado em ir embora quando um dos produtores se aproximou e disse que a minha calma havia chamado a atenção dele. "Você está falando sério?", respondi. Eu estava muito nervosa. Depois de ser escolhida, houve um treinamento pesado, todos os dias durante um mês, nos estúdios de Pinewood, em Londres. Aprendi a manejar armas, a lutar, a saltar de alturas praticando skydiving. Mesmo assim, morri de medo nas cenas de salto, pedi para não fazer, mas todos da produção me ajudaram muito. Por fim, aprendi espanhol, mas com sotaque, pois Camille é metade ucraniana, metade boliviana.

ÉPOCA - Você está namorando? Daniel Craig trouxe a namorada para o set de filmagens.
Olga
- O que posso dizer sobre isso é que estou no momento como Camille, determinada a concluir uma tarefa e que, para isso, tem de esquecer um pouco de outras coisas da vida.

Fonte: Época

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