Atentado mata brasileira casada com político paraguaio

A menos de dez dias das eleições gerais do Paraguai, o país é sacudido por um suposto atentado político. Na noite desta terça-feira (8), o radialista Alfredo Ávalos e sua mulher, a brasileira Silvana Rodrigues de Ávalos, foram vítimas de um atentado na porta de sua casa.

Líder do partido de oposição Tekojoja, o radialista foi atingido por três tiros disparados por homens a bordo de uma moto quando chegava à sua residência, a localidade de Curuguaty, 300 quilômetros a leste de Assunção. De acordo com o jornal paraguaio Ultima Hora, na mesma ação, foi atingida a brasileira Silvana, de 38 anos, que morreu na hora.

De acordo com a agência Reuters, o casal estava em frente de casa quando dois homens numa moto abriram fogo sem dizer nada. Ávalos levou um tiro na cabeça, outro no tórax e em um no braço.

Apresentador de um programa de rádio local, Ávalos pertence ao partido Tekojoja, que apóia a candidatura do ex-bispo Fernando Lugo, favorito nas pesquisas para a eleição presidencial de 20 de abril. A vitória de Lugo representaria o fim de mais de 60 anos de domínio do Partido Colorado no Paraguai.

O presidente do Tekojoja, Aníbal Carrillo, disse à imprensa local que Avalos e sua esposa "foram vítimas da máfia" que denunciavam na rádio local. Ele não descartou que haja motivação política.

Em nota, a coalizão pró-Lugo disse que o crime "se inscreve claramente na campanha de medo que realizam os que temem perder o poder".

Horas depois do atentado, seguidores do governo e da oposição protagonizaram rápidas escaramuças na cidade de Itá, 35 quilômetros ao sul da capital, pouco antes da chegada do presidente Nicanor Duarte Frutos, que participaria de um comício. "Há quem jogue pela destruição do sentido da convivência pacífica que precisamos consolidar. Podemos ter diferenças, mas é preciso chegar à violência", disse o presidente em seu discurso.

O presidente do Congresso, Miguel Saguier, manifestou preocupação com os fatos. "Insto a cidadania a manter a calma e a serenidade", disse Saguier, do Partido Liberal, que também apóia Lugo.

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