O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) não quer pole mizar sobre as atitudes do psiquiatra Marcelo de Oliveira Arantes, 31, no "Big Brother Brasil". A entidade alega que Marcelo está no reality show como cidadão, e não no exercício da profissão, tendo, desta forma, "autonomia para fazer o que quiser".
Além disso, até o momento não houve nenhuma denúncia formal contra Marcelo, informa a assessoria do órgão. O Conselho depende de uma denúncia para abrir uma sindicância interna que tem a incumbência de avaliar o comportamento de um profissional. Caso seja constatado irregularidade, o profissional tem a credencial cassada.
O órgão pode também abrir uma sindicância "ex-officio", sem que haja denúncia, se tomar conhecimento de que o trabalho é irregular.
"Se ele não está no exercício da medicina, não tem o que fazer", entende o órgão sobre os atos de Marcelo, que assumiu ser gay na primeira semana do reality show.
No confinamento, o médico utiliza os conhecimentos da psiquiatria para analisar o comportamento dos integrantes da casa. Marcelo teve também alguns surtos, brigando com a maioria dos participantes. Em certo momento, o médico chamou o estudante Fernando para a briga e disse que Thatiana era falsa, pressionando-a a revelar que já havia beijado mulheres.
Em janeiro, a coluna Destaques GLS, publicada às quartas-feiras pela Folha Online, já alertava sobre o risco do "psicogay" (como Marcelo é chamado em blogs) se transformar em um "vilão" com suas atitudes.
Segundo o Cremesp, Marcelo tem a "ficha limpa" desde que se formou na UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), em 2003, e passou a exercer a profissão. Não há contra ele nenhuma denúncia ou processo.
Marcelo Arantes está registrado em Uberaba sob o CRM número 42606. Em 21 de fevereiro de 2006, o médico passou a atuar em São Paulo, trabalhando com o CRM 122951.
"Não temos entendimento de que seja necessário um processo ou sindicância. Ele está lá [no "BBB"] como cidadão, não está exercendo a medicina. É como um médico que comete um homicídio fora do consultório. Não faz parte da nossa competência", afirmou a assessoria do Cremesp, admitindo que Marcelo pode estar agindo de forma "truculenta" no reality show.
O Conselho aponta que Marcelo é devidamente formado como médico e cadastrado com a especialização em psiquiatria, tendo, para tanto, concluído a residência ou realizado a prova da Associação Brasileira de Psiquiatria. Não é necessário possuir título de especialista para exercer a profissão, aponta o Cremesp.
A Associação Brasileira de Psiquiatria diz que o participante do "BBB" não é psiquiatra.
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