Ford Ka 1.6

O novo Ford Ka com motor 1.6 flex entrega 110 cv com álcool

O novo Ford Ka com motor 1.6 flex entrega 110 cv com álcool

Parece um remake de novela. Em 1997, quando lançou o então arrojado Ka no Brasil, a preços acessíveis, a Ford subestimou o carrinho. A enorme demanda provocou falta de carros para vendas e ágio. Agora, 11 anos depois, o Ka reestilizado aparece novamente com um visual moderno e preço atraente. E, de novo, supera as expectativas da montadora.

Hoje, a marca vende tudo que produz na fábrica de São Bernardo do Campo -- uma planta, até pouco tempo atrás, praticamente ociosa. Os efeitos da selvagem lógica capitalista foram imediatos. Atualmente, para se conseguir sair com um Ka de uma concessionária é preciso aguardar até quatro meses. Ou desembolsar um desagradável sobrepreço.

Para complicar ainda mais a vida da Ford, os dois primeiros meses de sucesso voraz do Ka tiveram um efeito colateral nocivo para as vendas dos outros compactos da marca: a chamada canibalização. O Fiesta foi o primeiro a acusar o golpe. Enquanto o Ka passou de médias mensais de 2.200 unidades do modelo antigo para 4.200 em fevereiro e março (primeiros meses cheios de venda do modelo novo), o hatch de quatro portas despencou das 5.500 unidades mensais para pouco mais de 3.600.

Sobrou até para o Fiesta sedã, que das 3.500 unidades/mês de média, desceu para 2.500. E o principal causador de tantas modificações é a versão 1.0 do Ka. Cabe à configuração 1.6, que responde por apenas 10% do mix de vendas, dar um ar discretamente mais requintado à linha popular.

Por maior requinte, entenda-se uma lista de equipamentos mais generosa e motor mais potente. E, no caso do "novo" compacto da Ford, o bem-disposto propulsor 1.6 flex de 110 cv com álcool e 102 cv com gasolina a 5.500 rpm move um carrinho bem leve, com menos de uma tonelada (mais precisamente, 942 kg).

No antigo Ka, esse propulsor só andava a gasolina e rendia 95 cv. O torque é de 15 kgfm, disponível logo aos 2.500 giros com gasolina. Com álcool, o número é de 15,8 kgfm, mas obtido em um regime mais elevado: 4.250 rotações. Só que mais de 90% da força, ou 14,5 kgfm, já são disponíveis a 1.500 giros.




Obviamente, o Ka tem no visual mais moderno um forte argumento de vendas. Mas também tem melhorias em outros aspectos. Para começar, ganhou 20 cm no comprimento -- totalmente aproveitados no habitáculo --, que o fizeram deixar de ser um subcompacto. Os faróis de base larga que afinam em direção à coluna dianteira, o capô elevado, enervado por vincos, e os pára-choques bojudos, com as laterais em alto relevo, conferem bastante robustez.

Os pára-lamas musculosos, o prolongamento da coluna de trás, o corte geométrico da traseira e as lanternas horizontais, que invadem a carroceria, ressaltam a modernidade. Não chega a ser uma completa adesão ao "estilo Kinetic", que dita atualmente o visual dos carros da Ford na Europa. Afinal, o Ka nasceu em 1996 como referência para o conceito de design anterior, o New Edge -- e, mesmo com a profunda reestilização, o antigo estilo pode ser notado em detalhes como painéis de porta e volante, que nas versões com airbag é igual ao antigo.

O Ka tem atrativos também nos equipamentos. Entre os itens de série, travas elétricas com controle remoto, abertura interna da tampa do porta-malas, vidros verdes, relógio digital e travamento automático das portas a partir de 15 km/h. Em relação à versão 1.0, ganha freios dianteiros a discos ventilados, direção hidráulica, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, brake-light, comando manual interno dos retrovisores externos e aquecedor.

Dessa forma, o Ka 1.6 custa R$ 31.990 e consegue encarar o Volkswagen Gol City 1.6 2 portas, de 103/101 cv, que chega aos R$ 32.690 com os mesmos itens.

Essa versão do Ka ainda pode receber ar-condicionado, vidros elétricos e rodas de liga leve aro 14. Isso sem contar o airbag duplo frontal, só disponível na configuração com motor mais potente. Com os mesmos equipamentos, mas sem possibilidade de ser equipado com airbag, o Gol City chega a R$ 38.125, enquanto o compacto da Ford chega a R$ 36.790. Ou seja: com um design bem evoluído, motorização instigante e boa relação custo/benefício, o Ka tinha mesmo tudo para vender bem. Só faltou a Ford acreditar no sucesso. De novo.














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