Homem paga R$ 1,2 mil pela cadeira na qual Abadia teria sido preso

Foto: Luísa Brito/G1
O técnico judiciário Umberto Malavolta na cadeira que pensava ser "peculiar" porque ouviu dizer que o traficante havia sido preso quando estava sentado no objeto

O técnico judiciário Umberto Malavolta, de 41 anos, comprou, nesta quarta-feira (9), uma poltrona no bazar realizado no Jockey Club de São Paulo com bens do megatraficante colombiano Juan Carlos Abadia. Ele acreditava que o traficante estava sentado nela quando foi preso pela Polícia Federal em agosto do ano passado, em São Paulo.

O boato correu pelo bazar e algumas pessoas apontavam para a poltrona repetindo a história. Vendedoras da parte de móveis do evento chegaram a afirmar que foram informadas, por uma pessoa da Polícia Federal, que Abadia estava na poltrona quando foi preso. No entanto, segundo um delegado da Polícia Federal, que não quis se identificar, presente ao bazar, Abadia não estava na poltrona ao ser preso. De acordo com o delegado, a prisão aconteceu às 6h e, nesse horário o traficante, não estava sentado na sala. A assessoria de imprensa da PF disse não ter informação sobre a poltrona.


  • Convencer

O presidente da Fundação Julita, uma das organizadoras do bazar, Lucien Belmonte, também declarou que o traficante não estava na poltrona quando foi levado pela PF. "Eram 6h, ele estava dormindo. Alguma vendedora disse isso para poder convencer compradores", afirmou.

Feita de couro, com massageador e de cor caramelo, a poltrona foi vendida por R$ 1.200. Malavolta, que deixou o bazar sem saber a verdade sobre a poltrona, chegou a afirmar que o objeto era “uma cadeira peculiar”. Felizmente, o técnico judiciário, havia dito também que levaria a cadeira mesmo sem o motivo ilustre. “Ela é confortável e achei bonita” afirmou ele.

Malavolta contou ter gasto R$ 3.100 no bazar na terça (8) e nesta quarta. Além da poltrona, ele adquiriu duas cadeiras, uma TV de 29 polegadas e um aquecedor, entre outros produtos. O técnico disse não se importar em comprar objetos que pertenciam a um traficante. “Não vejo mal nisso. O dinheiro está indo para uma causa nobre”, disse.

O bazar arrecadou R$ 200 mil só no primeiro dia, segundo a assessoria de imprensa do evento. O dinheiro será revertido à Fundação Julita, uma ONG que atende desde bebês de dois meses até idosos e oferece educação infantil, complementar, profissionalizante e alfabetização para idosos, e à entidade beneficente Ten Yad, que oferece refeições a pessoas carentes. Ambas ficam em São Paulo.

Outro que também disse não se importar com a origem dos objetos foi o projetista Alex Andrade, de 32 anos. “O custo-benefício dos produtos está bom e não são relacionados à morte”, afirmou ele que gastou R$ 53 no local comprando roupas e objetos esportivos.

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