Caso Isabella: Avô de Isabella sai em defesa do filho

O tributarista Antônio Nardoni quebrou o silêncio e saiu em defesa do filho na noite deste domingo (6) ao afirmar que ele “não é um marginal”. Desde quinta-feira (3), Alexandre Nardoni, de 29 anos, está preso por suspeita de envolvimento na morte da filha Isabella Nardoni, de 5 anos, que caiu do apartamento dele, no 6º andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo há uma semana.

“Para uma pessoa que não é marginal, uma cadeia é muito difícil”, afirma o advogado, que diz ter medo do futuro do filho. “Ele acabou ficando uma pessoa marcada. Tanto ele quanto ela. A dificuldade que vai ter em uma retomada será dez, quinze, vinte vezes muito maior”, apostou Nardoni, referindo-se ainda à nora Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, e que também está presa. Segundo ele, o filho estava estudando para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil e para ser delegado.


A menina morreu na noite do dia 29 de março, quando voltava com o pai, a madrasta e dois irmãos menores para a casa dele, na Vila Mazzei. O corpo de Isabella foi encontrado no jardim do edifício. À polícia, Alexandre Nardoni contou que um homem entrou no imóvel e cometeu o crime, enquanto ele estava na garagem ajudando a mulher a subir as duas crianças. Nardoni teria subido antes com a filha e a deixado sozinha.

  • Inocência

O casal alega ser inocente desde o início do caso. E é nisso que Antônio Nardoni se apóia. “Eu tenho certeza absoluta de que nós iremos comprovar a inocência dos dois, porque eles não fariam uma coisa dessas”, afirmou. Um outro desejo do pai de Alexandre é de que a polícia conclua logo o caso para que “eles (o casal) possam estar ao lado dos dois filhos e da família, que está sofrendo muito”.

Com a voz serena apesar do drama familiar, Antônio Nardoni reclamou da cobertura da imprensa no caso, sugerindo que ela tem “abusado” e estaria influenciando a opinião pública contra o filho dele. “Ele (Alexandre) só lamenta muito porque as pessoas o estão pré-julgando desde o início e continuam pré-julgando. Nós não temos os laudos (dos peritos) ainda, não temos nada. A polícia está trabalhando ainda e já o condenaram desde o primeiro dia”.


  • Adolescência

Nardoni traçou o perfil do filho como sendo o de um menino que adorava brincar, jogar bola e que tinha muito amigos. Desde pequeno, andava de bicicleta e, quando maior, passou a gostar de carros e motos. Disse ainda que ele “nunca foi um adolescente problemático”, nem teve envolvimento com drogas. “Se ele teve uma briga quando moleque, é uma coisa natural. Todos nós tivemos, mas fora isso, nada de agressões. Nunca teve nada. A vida dele está limpa, muito tranqüila”.


  • Família

Antônio Nardoni negou que o filho e Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella, mantenham uma relação complicada após a separação, ocorrida pouco depois do nascimento da menina. Ele confirmou que os dois discutiam, mas disse se tratar de brigas comuns. “Eventualmente uma discussão pode ser que tenha tido. Até porque até onde eu a conheço, ela (Ana Carolina de Oliveira) também é esquentada”.

Sobre o casamento de Alexandre com a atual nora o discurso é parecido. “Que eu saiba (vai), muito bem. Estavam vivendo muito bem. Tinham acabado de se mudar. Estava tudo muito tranqüilo e as três crianças estavam muito bem”, afirmou Antônio Nardoni. Segundo ele, não havia interferência da mãe de Isabella na relação do casal.

Sem hesitar, Antônio Nardoni garantiu que Isabella e a madrasta tinham um “relacionamento muito bom” e que o pai tentava dar tudo à menina. “A Isabella nunca morou com ele, mas sempre teve um quarto só dela. Um quarto normal de menina, muito bonitinho, muito delicadinho, com as coisinhas de que gostava”. No entanto, admitiu que comprou o apartamento na Vila Mazzei (avaliado em cerca de R$ 250 mil) para Alexandre morar e que "às vezes" ajudava na pensão da neta.

  • Suspeito

Quando questionado se tem um suspeito da morte da neta, o advogado tributarista sustenta a versão do filho. “Acho que as possibilidades colocadas de que alguém poderia ter entrado lá (no apartamento) e estado lá são plenamente possíveis”. Segundo ele, como o prédio estava sendo construído, havia movimentação intensa e muitas pessoas pegavam as chaves, que eram deixadas na portaria.

Desde a morte de Isabella, Nardoni contou que tem mantido sua mulher à base de calmantes. “Nós, como avós paternos, não conseguimos nem sentir falta da Isabella. Saímos de uma situação grave para uma mais grave”, disse, referindo-se à prisão do filho.

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