Bazar de Abadia: Filas e confusão marcam primeiro dia de vendas no Bazar

Filas e confusão marcaram o primeiro dia de bazar de objetos do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, no Jockey Club, na Zona Sul de São Paulo. Logo na entrada, cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativa da polícia militar, esperavam para tentar chegar até as 19 salas onde os objetos estavam expostos, nesta terça-feira (8).

Alguns consumidores se aglomeraram na porta e quando a polícia tentou organizar a fila houve empurra-empurra. Uma mulher chegou a passar mal depois de inalar gás pimenta. Por volta das 14h, cerca de duas horas depois de abrir os portões ao público, o evento foi obrigado a fechar as portas, por excesso de visitantes.

Dentro do Jockey, a situação não era diferente. Havia fila para chegar ao prédio onde estavam os objetos. Uma vez no edifício, o visitante enfrentava filas de novo, para pagar e, no caso de algumas salas, para entrar. Na que estavam expostos os sapatos e bolsas da mulher de Abadia, os interessados aguardavam atrás de uma porta de vidro cerca de 20 minutos para conseguir ter acesso aos objetos.

Na sala onde estavam as roupas do megatraficante, também havia controle na porta, mas a espera era menor. "Comprei meias, umas 20. Só Lacoste e Armani", disse o corretor de imóveis Gilberto Brambilla, de 28 anos, que também levou 15 cintos e 10 calças.

Com uma compra um pouco menor, o segurança Marques Batista dos Santos, de 46 anos, deixava o Jockey por volta das 15h. "Fui o primeiro da fila", disse. O segurança preferiu levar as roupas esportivas de Abadia. "Mas tem mais coisa, vou tentar voltar depois", contou.

Todas as cuecas de Abadia, à venda no local – cerca de 130, segundo estimativas dos organizadores – já haviam sido compradas por volta das 14h30. Cada uma custava R$ 1. "Ela viraram folclore. A turma veio direto nas cuecas", contou Pnina Spett, de 55 anos, voluntária da fundação Ten Yad, que trabalhava no local.

  • TVs vendidas em 1h
As TVs do megratraficante também se esgotaram rapidamente. Segundo a supervisora administrativa Luciana dos Anjos, de 32 anos, que organizou a venda, todas as televisões foram vendidas menos de uma hora depois que o bazar foi aberto.

Um dos compradores foi o leiloeiro Itamar Bortoletto, de 54 anos. Além da TV de 29 polegadas, que levou por R$ 150, comprou ainda dois liquidificadores, um home theater, uma enceradeira e um rádio-relógio. Tudo saiu por R$ 420. "Comprei algumas coisas que achei que eram bom negócio", disse. "Vai tudo para a minha casa", afirmou.
Duas televisões de 70 polegadas e uma de 61 ainda estavam na sala, e serão vendidas apenas no leilão previsto para a noite de quarta-feira (9).

Até as 16h30, cerca de 80% dos móveis tinham sido vendidos. O mais caro foi uma luminária, que saiu por R$ 4.500. Entre os perfumes, apenas oito das dezenas de frascos que estavam à venda não haviam sido levados.

Também já haviam sido comprados todos os liquidificadores, fogões, aquecedores e ventiladores que pertenceram ao megatraficante. Uma geladeira, que saía por R$ 1.800 e três freezers vendidos por R$ 1.200 e R$ 800, seguiam em exposição.

Outra que não encontrou interessados: uma máquina de fazer café importada, que no bazar custava R$ 2.600. Segundo os organizadores, a peça nova não sai por menos de R$ 7 mil. O conjunto de pé-de-cabra e alicate grandes, por R$ 80, também "encalhou" no bazar.

Para vender os objetos que restarem, até as 17h os organizadores prometiam abrir novamente os portões nesta quarta-feira, desta vez com mais conforto para os compradores. "A gente não tinha idéia que ia haver esse tumulto. Amanhã vai ter senha. Vai ser completamente diferente de hoje", afirmou Lucien Delmonte, presidente da Fundação Julita, que ajudou a organizar o bazar.

  • Leilão
Além do bazar, um leilão marcado para 19h desta quarta-feira vai oferecer os objetos mais caros do megatraficante a interessados. A entrada do evento, que também acontecerá no Jockey Club, será controlada.

Cerca de 100 relógios - entre eles, um Ademar Piguet avaliado em cerca de USS 210 mil - dois carros, canetas e três TVs (duas de 70 polegadas e uma de 61 polegadas) estarão à venda. Segundo os organizadores, o lance mínimo será de pelo menos 30% do valor de mercado do objeto.

0 comentários.: